Lamento também não ter estado presente no debriefing mas não dava para esperar mais.
Considerações sobre a missão de ontem:
1º - tenho sempre presente que a Organização pretende proporcionar a cada jornada, uma total imersão de milsim, para beneficio total da Comunidade Armalusa e total proveito de satisfação dos seus membros, em detrimento da sua própria participação;
2º - tenho sempre presente nessa função altamente altruísta, que a Organização pela utilização de Zeus ou qualquer outro sistema, usa-o com criterioso método, rigor e disciplina, em prol do que pretendem aplicar numa total imersão milsim, nunca com o intuito de o utilizar como se da mão de Deus se tratasse (embora o nome Zeus possa ser bastante sugestivo).
3º - acredito piamente a fundo nos pontos anteriores;
4º - tenho sempre presente que ninguém gosta de perder, errar, admitir os seus erros, não realizar o objectivo, não concluir a missão;
5º - acredito piamente a fundo no ponto anterior;
6º - tenho presente ao longo de muito tempo que estamos todos muito mal habituados, pois a taxa de sucesso na execução de cada jornada, é elevadíssima, não porquanto nos confere um sentimento de alta imortalidade, invulnerabilidade, impunidade, sensação de poder de consecução;
7º - acredito portanto que no seguimento do ponto anterior, e por falta da referida habituação, nos custe lidar com a morte, com o fracasso, com o insucesso. Em consequência disso, nessas raras ocasiões em que a morte, o fracasso, o insucesso ocorrem, tendemos a culpar o motor do jogo, o sistema Zeus ou outro, a própria Organização;
8º - Com efeito, o descrito no anterior confirma-se: a nossa morte será sempre culpa de alguém tais como: o motor do jogo, o sistema Zeus ou outro, a própria Organização, e, nós próprios;
9º - Neste ponto surgem as considerações da vulnerabilidade onde a comparação entre quem tem o poder de gerir o desenrolar da acção (a Organização) e quem tem o enorme benefício de a poder executar (os elementos Armalusa), tende a pender para o lado destes últimos quando de facto ocorre o referido no ponto 7º.
10º - no seguimento do ponto anterior, efectivamente quando o contrário ocorre, tendemos a vangloriarmos da nossa destreza, capacidade e todos os demais adjectivos que qualifiquem os bons desempenhos, sem nunca considerarmos que se tal aconteceu também possa ter sido porque a Organização assim quis, ou simplesmente assim ajudou a que fosse possível;
11º e último ponto - em suma e conclusão de todos os pontos anteriores (e muitos outros pontos ficarão para outra ocasião), acredito piamente que os dois sentimentos que imperam e que de quando em vez têm momentos crescentes e\ou latentes, devem ser esbatidos o quanto antes. Eles são:
- a Organização na sua gestão via Zeus versus elementos Armalusa
- sentimento de alta imortalidade, invulnerabilidade, impunidade, sensação de poder de consecução deverão ser reduzidos em todos os elementos Armalusa. A auto-estima deve ser mantida obviamente pois é ela quem lidera, nos motiva e eleva o poder de determinação de cada elemento. Apenas deve ser gerida com razoabilidade.
A meu ver, é isto que sinto no pulsar de cada jornada, principalmente quando corre menos bem e às vezes até quando corre bem.
Esta é a minha opinião. Não quer dizer que seja isto que aconteça ou que outros sintam ou desempenhem. Obviamente não estou na pele e na cabeça de cada um.
A noite de ontem foi assim:
- Alpha e Bravo chegaram ao primeiro ponto destinado. Seguraram a zona;
- Alpha e Bravo avançaram quando lhes foi dada luz verde para avançar;
- Bravo tentou por 3x junto da Recon obter info precisa sobre presença de morteiros que estes últimos haviam assinalado no mapa;
- Recon não pôde confirmar;
- Bravo questiona Comando se sempre se confirma a NAO existência de apoio aéreo de fogo;
- Comando confirma o anterior;
- Alpha e Bravo avançaram para o seu objectivo, sem medos, receios, hesitações ou quaisquer questões, confiantes das suas capacidades e decididos a realizar a sua parte na missão;
- Bravo é atacada por morteiros mas sem ser atingida;
- Alpha e Bravo reestruturam o avanço e alteram a tragéctória;
- Sucessão de acontecimentos: Bravo avista um povoado e faz overwatch+Alpha notifica presença de blindado inimigo nas proximidades+Bravo destrói blindado+ equipa red Bravo e Alphas reportam dois civis nas proximidades e sugerem que pode estar a passa info da nossa localização para os morteiros+ Bravo na pessoa da equipa red vai proceder à captura não hostil dos civis+ Alpha é atingida por ataque de morteiros+Recon informa Bravo e Alpha que está a caminho+ Bravo vai em auxilio da Alpha+ Comando ordena RTB+Bravo é atacada por morteiros aquando presta socorro médico à Alpha+Bravo ordena retirada para primeiro ponto destinado
Isto tudo aconteceu no espaço de 5 minutos (ou foi a sensação com que fiquei).
Em suma:
Adorei a interacção com Alpha na presença do seu Team Lider Salazar. Será sempre um prazer articular os nossos squads. O mesmo se aplica a Recon embora num papel mais secundarizado dada a imersão da missão.
Fizemos bem o nosso papel. Obedecemos ao que nos foi pedido. Não fomos pelas montanhas a norte pois tal como sugerido por Comando, seria mais perigoso. Avançámos e recuámos e tentámos outro caminho, fomos novamente travados Alpha e Bravo.
O que fica? odeio morteiros. Por mim não existiriam, mas se fazem parte da missão, acarreto com eles, lido com eles.
O que mais fica? o acima dito: bela noite de integração com outro squad + dever de realização pois cumprimos o que nos foi pedido até ao ponto que nos foi permitido.
Onde falhámos? o civil que foi "maltratado" na nossa base que podia ter dado info adicional e provavelmente Alpha e Bravo abordar os ditos civis que andavam pelo terreno. Poderiam ter info preciosa? sim? não? nunca saberemos. Os dois squads juntos montanha acima? É tão discutivel como estarem separados.
Assumo os meus erros. Aceito estas missões não concluidas com a mesma naturalidade que assumo e aceito as concluidas.
No desempenho de todos os elementos da Bravo, estiveram bem, como sempre.
Obrigado por mais uma noite de diversão que só peca por começar sempre muito fora da hora prevista, algo a rever com particular relevância.